sábado, 27 de outubro de 2007

Direitos Reais I x Tim Festival 2007

- Que horas são?

- 21:50h. Sexta-feira, Tim Festival, e nós aqui...

http://youtube.com/watch?v=yG-pbVcgkcc

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http://www.youtube.com/watch?v=JaXiERXNQmI&NR=1

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http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=34869821&tid=2562864830143396882&na=3&nst=11&nid=34869821-2562864830143396882-2562949941362873130

Admito estar mordidinho por não ter ido. Mas, também, sou fã recente. Nem conta tanto.

Mas, fato, arrependidinho estou. :(

E, no fundo, acho que conta sim...

sábado, 13 de outubro de 2007

"Estou com saudades do Dudu"

De quando em vez há momentos luminosos, daqueles em que as conversas espelham as estrelas e nossos pensamentos se concatenam com a clareza dos astros. Gosto desses momentos, momentos nos quais, entendo, uma ou duas falações nossas resumem grandes 'processos' angustiosos.


13/10/2007, 1h, terminal rodoviário da Praça XV

- Como é saudade em inglês?
- Creio que não existe. De qualquer forma eu não sei.
- Sinto saudades do Dudu.
- Está chorando?
(Com a cabeça faz sinal que sim)
- Sara, não chore.
- Eu acho que devo dizer para não chorar, mas, em verdade, sinto que, se tem vontade de chorar, deve chorar mesmo.* Se precisar de ombro, estou aqui.
(Faço cafuné nela que, segundo após, calmamente vira-se para mim, olha ao longe, voz embargada)
- Estamos em outubro, daqui a pouco será novembro e fará um ano que ele terminou comigo. Mesmo assim, mesmo que um ano se tenha passado, cá estou eu a chorar!
- Sara, preste atenção. Eu acho que dessas poucas ocasiões que, até 'confirmadas' pela distância, percebemos que 'amamos', nos lembraremos daqui a um, dois, três, vinte anos. E creio, sinceramente, que deva ser assim. Afinal, nos entregamos e, mesmo que tenha sido de mão única, que não tenhamos sido correspondidos - muita vez dolorosíssimo por isto mesmo - fica o sentimento que fomos capazes de nos dar, atingimos o nosso ápice de entrega a alguém para aquele momento de nossas vidas. Isso independe, mesmo, da resposta alheia, do que tenha sido para o outro. É, de si para consigo, você ali; entende? É algo seu, é a sua vida ou parte dela, foi a sua aposta. Acho que, ao menos, por nós mesmos, devemos exultar com a constatação do que fomos capazes.**
- Angustiado no mesmo ponto, certa vez perguntei a Camila como faz para lidar com essas situações, para quando a saudade bate forte. Ela me respondeu que, por exemplo, com o pessoal de Santos, percebeu que não era exatamente a saudade das pessoas enquanto corpo físico, mas, muito mais, saudade das boas emoções e momentos que teve ao lado delas. Emoções e momentos que, segundo a própria, não voltam; sendo vão, leviano e, por fim, frustrante e doloroso querer buscá-las para, no fundo, revivê-las: não faz sentido, compreende?
Contou-me que por algumas vezes tentou telefonar para algumas das várias pessoas quais a vida e as decisões afastam, e não obteve, em todas as tentativas, a resposta que desejava, sequer a 'adequada'. O caminho que existe, então e somente, apontou-me, é guardá-las dentro de si, mantê-las na lembrança e, de algum modo, contentar-se. Digo agora: não o 'contentar-se' observado pelo prisma do 'perdedor', por aquilo que se perdeu, "o que poderia ter sido e não foi"; mas pelo prisma daquele que é, sobretudo, sincero consigo, aquele que sabe pôr as coisas em seus devidos lugares: o 'contentar-se' pelo que se teve e o quão agradável foi possível ser àquela ocasião.
Mas, sabe?, fica-me a questão: o quanto de nossos relacionamentos, com quem quer que seja, não são fantasias? Não são algo que criamos, que ressignificamos a nosso bel-prazer e o tornamos para nós atraente, a ponto de viver, ainda e - constatemos - sobretudo, de modo individual?
Observo que, ainda assim seja, a 'fantasia' (ainda que individual) não deve, de modo algum, ser oposta à 'realidade', como talvez se queira opor o colorido ao branco e preto. Não devemos observá-la como algo antagônico, mas, sim, como algo complementar e, quem sabe, até constitutivo. Para o caso de ruir (o que acontece na maior parte das vezes), julgo ser a coisa mais digna (talvez a única) nos presentearmos: que fiquem guardadas em uma bela caixa de presente, na melhor vitrine que existe dentro de nós, para nós mesmos.



* Ouié. Sou partidário de que devemos ser fiéis a nós mesmos. Que aí estejam inclusos nossos sentimentos. Por exemplo: deu vontade de chorar e está em ocasião propícia para? Chore. Se for o caso de precisar de coragem, um argumento: não minta para si mesmo, já basta o tanto que se é forçado perante os outros.

** Acho bonitim por se tentar atravessar a barreira do 'egoísmo': aquela coisa (perdão pela vulgaridade) do só pensar em si, das vantagens advindas de em contraposição aos prejuízos inerentes em visão comercial.
Ao menos tenta-se pôr em 'posição 0' (não se esperar coisa alguma previamente), pronta para diálogo aberto e construção conjunta; pensa-se e age-se com respeito à outra parte.



Musiquinhas bem legais:
By Fernandeenha (sempre que pode toca na flauta): Cartola - O mundo é um moinho.
Indicada e enviada por Rodrigo Mariano: Cartola - Preciso me encontrar.