sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Como descobri Zeca Baleiro

Em uma madrugada passada há três anos, estive em casa, passei de canal e parei no 2, TVE. Cadernos de cinema, se não estou enganado. Para minha felicidade o programa ainda existe.
Terra estrangeira já havia começado, devia estar pela metade ou pelo quarto do fim. Mesmo assim algo nele me prendeu a atenção, não mais mudei de canal. Todo em preto e branco, com direito à Fernanda Torres cantando vapor barato / flor da pele na direção de um carro. Road movie.
A música não é de Zeca Baleiro, mas, a meu entender, sucede o mesmo que com Adriana Calcanhot(t)o* e Fico assim sem você e Maria Bethânia e Eu que não sei quase nada do mar: a interpretação é tal que não se a imagina, entre os cantores de hoje, saindo da boca de outra pessoa.
"Brasil, março de 1990. O plano econômico do governo Collor projeta o país no caos. A vida de Paco (Fernando Alves Pinto), um jovem estudante paulista, desmorona com a morte da mãe e o fim do sonho de ser ator. Paco decide deixar o Brasil. Para isso, aceita levar um objeto contrabandeado para Lisboa. Lá, conhece Alex (Fernanda Torres), o amor e o perigo da morte...
Por trás de uma história de amor e de uma trama policial bem arquitetada, surge um retrato áspero e impactante do Brasil dos anos 90."
Não sei se antes ou depois assisti Bicho de sete cabeças, música homônima, também com Zeca. Então foi só alegria.

*Porque eu acho se tratar de marquetingue puro e barato, uma vez que no primeiro disco não havia dois tês.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Mix: final de ano, de período e aniversário.

(...)
- Mas o que você quer, Daniel?
- Eu quero sumir*. Quero que em todas as provas pendentes meu clone tire nota 10 e o ano termine.
(riso)
- Bem... Sabemos que não é possível. O que você quer praticamente, possivelmente?
- Que uma mágica aconteça.
(...)

*Já me imaginava com sombrero, óculos escuro, camisa de manga colorida e estampada com flores, bermuda branca e sandália alpercatas debaixo de coqueiro em alguma praia paradisíaca.

* * *

"(...) Desejo que você deseje. (...)". Mensagem de aniversário que se tornou, simultaneamente, a mais séria e a mais fofa.
Então o pedido de aniversário foi "desejo que me venham as condições para florescer, que eu não mais tenha que lutar por elas".
Desejar é sempre bom, né? (Acho. Será mesmo? E Schopenhauer? E Buda?)
Projeta o ser do ente na existência. (Ao menos mal não deve fazer...)

Quero despreocupação, de todas as formas quais isso (me) for possível.
Quero leveza.

Quero felicidade,
claro que não em comprimidos.

* * *

Super bear hug é felicidade que se acha em horinhas de descuido.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Da natureza jurídica da alma

Дℓﺄиع diz:
Desculpa perguntar
Daniel diz:
Pergunte-me.
Дℓﺄиع diz:
mas de onde vc tirou a resposta??
Дℓﺄиع diz:
minha professora falou que caiu na prova da magistratura
Daniel diz:
Resposta?
Daniel diz:
Que resposta?
Дℓﺄиع diz:
isso
Дℓﺄиع diz:
do seu nick
("Em casa. Em aula de DPC III: qual a natureza jurídica da alma? Resposta engraçadinha: bem material incorpóreo. Uh!")
Daniel diz:
A resposta eu inventei.
Дℓﺄиع diz:
ha sim
Daniel diz:
Mas por quê?
Дℓﺄиع diz:
pq a professora falou q estava no direito canônico
Дℓﺄиع diz:
e eu vasculhei e não achei
Daniel diz:
Foi uma pergunta estúpida, da série de 'causos' que o professor contou.
Daniel diz:
Caraca...
Дℓﺄиع diz:
li o sei nick
Дℓﺄиع diz:
não
Daniel diz:
Gente, chutei bem!
Дℓﺄиع diz:
caiu
Daniel diz:
Adoro!
Daniel diz:
hahahahahahahahaha
Дℓﺄиع diz:
caiu mesmo
Дℓﺄиع diz:
em uma prova agora
Daniel diz:
Jesus!
Daniel diz:
Ih, já vou espalhar já!
Daniel diz:
Postarei no blog.
Daniel diz:
hahahaha
Дℓﺄиع diz:
a professora de civil q comentou
Дℓﺄиع diz:
:D
Daniel diz:
Conversa toda circular!
Daniel diz:
:D
Дℓﺄиع diz:
eu queria saber qual é a resposta
Daniel diz:
Enfim, acertou.
Daniel diz:
^^
Дℓﺄиع diz:
vou perguntar a ela se
Дℓﺄиع diz:
já saiu o gabarito
Дℓﺄиع diz:
qq coisa te falo
Daniel diz:
E aí você pode falar que acertou pelo coleguinha de faculdade e internete. o/
Дℓﺄиع diz:
:)
Дℓﺄиع diz:
pode deixar
Дℓﺄиع diz:
vlw
Дℓﺄиع diz:
Bjus
Daniel diz:
=*


* * *


Pois então, minha gente, eis o que me espera. Ao menos nisso eu tenho êxito, já nas provas...
Uh!

sábado, 27 de outubro de 2007

Direitos Reais I x Tim Festival 2007

- Que horas são?

- 21:50h. Sexta-feira, Tim Festival, e nós aqui...

http://youtube.com/watch?v=yG-pbVcgkcc

e

http://www.youtube.com/watch?v=JaXiERXNQmI&NR=1

e

http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=34869821&tid=2562864830143396882&na=3&nst=11&nid=34869821-2562864830143396882-2562949941362873130

Admito estar mordidinho por não ter ido. Mas, também, sou fã recente. Nem conta tanto.

Mas, fato, arrependidinho estou. :(

E, no fundo, acho que conta sim...

sábado, 13 de outubro de 2007

"Estou com saudades do Dudu"

De quando em vez há momentos luminosos, daqueles em que as conversas espelham as estrelas e nossos pensamentos se concatenam com a clareza dos astros. Gosto desses momentos, momentos nos quais, entendo, uma ou duas falações nossas resumem grandes 'processos' angustiosos.


13/10/2007, 1h, terminal rodoviário da Praça XV

- Como é saudade em inglês?
- Creio que não existe. De qualquer forma eu não sei.
- Sinto saudades do Dudu.
- Está chorando?
(Com a cabeça faz sinal que sim)
- Sara, não chore.
- Eu acho que devo dizer para não chorar, mas, em verdade, sinto que, se tem vontade de chorar, deve chorar mesmo.* Se precisar de ombro, estou aqui.
(Faço cafuné nela que, segundo após, calmamente vira-se para mim, olha ao longe, voz embargada)
- Estamos em outubro, daqui a pouco será novembro e fará um ano que ele terminou comigo. Mesmo assim, mesmo que um ano se tenha passado, cá estou eu a chorar!
- Sara, preste atenção. Eu acho que dessas poucas ocasiões que, até 'confirmadas' pela distância, percebemos que 'amamos', nos lembraremos daqui a um, dois, três, vinte anos. E creio, sinceramente, que deva ser assim. Afinal, nos entregamos e, mesmo que tenha sido de mão única, que não tenhamos sido correspondidos - muita vez dolorosíssimo por isto mesmo - fica o sentimento que fomos capazes de nos dar, atingimos o nosso ápice de entrega a alguém para aquele momento de nossas vidas. Isso independe, mesmo, da resposta alheia, do que tenha sido para o outro. É, de si para consigo, você ali; entende? É algo seu, é a sua vida ou parte dela, foi a sua aposta. Acho que, ao menos, por nós mesmos, devemos exultar com a constatação do que fomos capazes.**
- Angustiado no mesmo ponto, certa vez perguntei a Camila como faz para lidar com essas situações, para quando a saudade bate forte. Ela me respondeu que, por exemplo, com o pessoal de Santos, percebeu que não era exatamente a saudade das pessoas enquanto corpo físico, mas, muito mais, saudade das boas emoções e momentos que teve ao lado delas. Emoções e momentos que, segundo a própria, não voltam; sendo vão, leviano e, por fim, frustrante e doloroso querer buscá-las para, no fundo, revivê-las: não faz sentido, compreende?
Contou-me que por algumas vezes tentou telefonar para algumas das várias pessoas quais a vida e as decisões afastam, e não obteve, em todas as tentativas, a resposta que desejava, sequer a 'adequada'. O caminho que existe, então e somente, apontou-me, é guardá-las dentro de si, mantê-las na lembrança e, de algum modo, contentar-se. Digo agora: não o 'contentar-se' observado pelo prisma do 'perdedor', por aquilo que se perdeu, "o que poderia ter sido e não foi"; mas pelo prisma daquele que é, sobretudo, sincero consigo, aquele que sabe pôr as coisas em seus devidos lugares: o 'contentar-se' pelo que se teve e o quão agradável foi possível ser àquela ocasião.
Mas, sabe?, fica-me a questão: o quanto de nossos relacionamentos, com quem quer que seja, não são fantasias? Não são algo que criamos, que ressignificamos a nosso bel-prazer e o tornamos para nós atraente, a ponto de viver, ainda e - constatemos - sobretudo, de modo individual?
Observo que, ainda assim seja, a 'fantasia' (ainda que individual) não deve, de modo algum, ser oposta à 'realidade', como talvez se queira opor o colorido ao branco e preto. Não devemos observá-la como algo antagônico, mas, sim, como algo complementar e, quem sabe, até constitutivo. Para o caso de ruir (o que acontece na maior parte das vezes), julgo ser a coisa mais digna (talvez a única) nos presentearmos: que fiquem guardadas em uma bela caixa de presente, na melhor vitrine que existe dentro de nós, para nós mesmos.



* Ouié. Sou partidário de que devemos ser fiéis a nós mesmos. Que aí estejam inclusos nossos sentimentos. Por exemplo: deu vontade de chorar e está em ocasião propícia para? Chore. Se for o caso de precisar de coragem, um argumento: não minta para si mesmo, já basta o tanto que se é forçado perante os outros.

** Acho bonitim por se tentar atravessar a barreira do 'egoísmo': aquela coisa (perdão pela vulgaridade) do só pensar em si, das vantagens advindas de em contraposição aos prejuízos inerentes em visão comercial.
Ao menos tenta-se pôr em 'posição 0' (não se esperar coisa alguma previamente), pronta para diálogo aberto e construção conjunta; pensa-se e age-se com respeito à outra parte.



Musiquinhas bem legais:
By Fernandeenha (sempre que pode toca na flauta): Cartola - O mundo é um moinho.
Indicada e enviada por Rodrigo Mariano: Cartola - Preciso me encontrar.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Abordagem no metrô

(Homem pensativo e hesitante, próximo à porta, perto de desembarcar. Dirige-se à mulher, chega o mais perto que é possível sem parecer inconveniente e diz, quase ao pé-do-ouvido, olhos nos olhos)

- Olá, tudo bem?
- É questão de fascínio. Não que eu queira acreditar que dê em alguma coisa, mas, como proposta, acho interessantíssimo ter seu telefone para manter contato. Poderia me dizer, por favor?

Ela sorri. Os filhos de ambos serão lindos.

Abordagem I

Aula com o assim intitulado professor de Abordagem I, Thiago Fico.

“Se você quer chegar em um carinha na 'buatchy', comece assim:

- Blusa legal a sua, me amarrei nela. Em que loja a comprou? *1
- Na loja XXX.
- Já viu as da Contemporâneo? *2
- Quê?
- Contemporâneo, uma loja nova lá em Ipanema.
- Ahn. Desconheço. Fica exatamente onde?
- Em uma galeria na Visconde de Pirajá. Vende roupas bem legais também; tenho uma amiga que trabalha lá *3. Aliás, quando for lá, pode procurá-la e citar meu nome; quem sabe rola um desconto. A propósito, Thiago. O nome dela é Monique.

*1 – No fundo você nem liga
*2 – A loja não existe, óbvio.
*3 – Certamente mentira por tabela.
*4 – Não precisa ser mentira, é possível ter uma amiga.

Então pronto, já começou a falar com a pessoa com um assunto descontraído; quebrou o gelo inicial (a pior parte) com, digamos, classe.”

* * *

Eu muito precisei disso hoje. Gostaria de ter essa, digamos assim, desenvoltura. (Só a consigo quando bêbado, que coisa deselegante.)
A menina embarcou no trem na estação Carioca. É branca, esguia, com belos e cheios cabelos castanhos; tudo na medida. Na me-di-da: mignonzinha, braços finos e torneados, calça a pousar nas pernas. Aparenta ter vinte e alguns anos.
Tem um ar sério – me encanta – que algo me lembrou a namorada de Fernando, amigo de amigo, última vez visto em alguma segunda-feira na Casa da Matriz. Em uma ou duas vezes olhei e fiquei com receio de ser a própria. “Eu, cantar mulher alheia? Não, não”.
Acontece que não poderia ser porque a menina do metrô tem as feições mais buriladas. É portadora daquele tipo de beleza que, ainda que não me desperte tesão, me encanta. E muito. Aquela coisa sublime, diria, que me dá vontade de estar perto, abraçar, beijar, afagar, pôr a cabeça no colo e dormir.
Meditabundo fiquei a recender coragem em mim para abordá-la e, mais, fazê-lo com o assunto específico – aquele que sempre pensamos ser o infalível. “Não existe gente difícil, existe cantada mal dada”.
Nisso a olhei e olhei – não notei que me retribuísse, o que me desencorajou – as estações passaram e, perto da qual eu teria de descer, eu já me conformando com a perda, com o fato de jamais torná-la a ver, aconteceu daquelas coisas de filme, daquelas coisas cósmicas que acontecem para o covarde perder a desculpa para não agir e, assim, não se crer covarde: o trem parou.
Eu hesitei, ainda não escolhera o assunto: não sabia falar chinês (ela sacara um livro da mochila) para, com algum gracejo, chamar-lhe atenção. (Agora, já tarde, me ocorre: poderia ter ao menos dito ‘nihao’. Ainda que japonês, tudo é perto; deve ter algo parecido.)
Em verdade não tive é coragem. Tive medo de ser rechaçado por algum assunto impróprio, pela cantada mal dada. A única que pensei (e sempre sou direto, cruzes), foi: “Olá. É questão de fascínio. Não que dê em alguma coisa, mas acho interessante ter seu telefone. Pode me dizer?”
Dali a alguns segundos voltou a correr e estacou na Largo do Machado. Desci e vim para o Palácio, pensativo: “assim como ela existiu para mim, outras pessoas existirão. E eu também existirei para outras pessoas sem que, no entanto, se deva pensar que isso signifique mais do que foi.”
Acho que esses flertes individuais nascem e morrem, têm de ficar onde estão: apenas no campo da possibilidade. Até para a leveza e distração do dia.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Conversa descontraída

Diego:
- Sabe que teremos que ajudar na organização da Parada, né?
Daniel:
- Já fazia idéia. Sabe de qual maneira isso se dará?
Diego:
- Ah, não sei exatamente. Sei que teremos, todos nós, estagiários, de trabalhar no domingo. Isso lhe inclui também, Alex.
Daniel:
- Já fazia idéia dado que aqui os estagiários são, como em tantos outros lugares, uns ‘faz-tudo’; então já imaginava. Se for só no domingo não tem problema.
Diego:
- Já pensou em qual carro sairá?
Daniel:
- Eu não, por mim qualquer um está de bom tamanho.
Diego:
- Eu já me candidato ao da The week.
Daniel:
- Eu não tenho interesse algum.
Diego:
- São dois por carro, mas não somos nós que decidimos isso. Fica a cargo da Diretoria.
Daniel:
- Ah, sim.
Daniel (após ler no contrato de adesão o trajeto da Parada):
- Caraca, da Francisco Otaviano até a Princesa Isabel? Putz! Não fazia idéia! Jamais peguei uma parada desde o seu começo. Aquela rua é minúscula!
Diego:
- Pois é. E nosso trabalho será coordenar os carros. Sabe que seu nome sairá na divulgação como um dos coordenadores, né?
Daniel (pensativo, depois em tom grave):
- Isso sairá na televisão?

Gargalhadas irrompem de todos os presentes e reverberam pela sala.

Diego:
- Claro! Mas o que é que você diz em casa?
Daniel:
- Que estagio em uma ong de direitos humanos, ora!
(...)

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Apesar de

“(...)
Ela respondeu que não tinha nada físico. Então ele disse:
- Lóri, disse Ulisses, e de repente pareceu grave embora falasse tranqüilo, Lóri: uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, esperarei quanto tempo for preciso.
(...)”

LISPECTOR, Clarisse. Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves Editora S.A., 1994, p. 33.

"Apesar de, se deve amar."
Eu gosto da entrega. Fico, não sei se deveria, contente com minha capacidade de, ainda que sem retorno.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Sorte de hoje

Sorte de hoje:
Seu grande sonho é constituir família

E eu pensei nisso, conclui isso, quando voltei pela orla, parado perto do forte.

domingo, 8 de julho de 2007

Final de período é um saco

Final de período é um saco, uma dificuldade só. A cada um que passa, percebo: a dificuldade só aumenta. Tanto assim é que comentei, em tom de piada, que ao chegar no décimo estarei a ponto de cometer suicídio.
E é sério, a situação é complicada. Óbvio que não chegará ao ponto de eu cometer suicídio (ao menos assim penso, no meio da faculdade), mas é, digo, 'cósmico'. TODO final de período as coisas se acumulam de tal forma que eu me sinto preso, com o tempo todo tomado, e isto me gera forte angústia.
Explico. Fico naquela de querer fazer as minhas coisas, satisfazer as minhas vontades, chutar o balde, aproveitar as oportunidades que surgem no mês de junho (e que, ao menos nesse, foram interessantes), contudo tenho de me destinar todo o pouco tempo que tenho a ficar em casa defronte aos livros. Isto me incomoda demais.
Tentar chutar o balde também não surte efeito. Em verdade sinto não ser um chutador de balde nato. Eu sempre fico em trânsito. Sempre fico dividido entre chutar o balde realmente - desprezar todos os compromissos portanto - e atendê-los em alguma medida qual seja possível conciliar as duas coisas, ei-las: o meu desejo de diversão, até para espairecer, e a necessidade de ficar em casa e estudar.
Penso em solicitar junto ao CACO a criação de alguma norma administrativa que estabeleça a quantidade máxima de provas por dia e/ou semana. Imagino que me aliviaria bastante e, creio, não só a mim, mas a vários outros estudantes. Algo como uma prova por dia com dois dias de intervalo entre uma prova e outra, quaisquer que sejam as matérias. Ou pode ser um dia também, daí se poderia ter três provas por semana como máximo. Todavia, nesse caso, já fica complicado.
Então fica uma prova com dois dias de intervalo; no total duas por semana, no máximo. ;)
A favor da minha classe, a favor dos estudantes; óbvio. E rejeito aquele papinho de que o tempo somos nós que fazemos, uma questão de abdicação etc. etc. Tal argumento me é risível. Pois não é questão de apenas se ter duas horas de intervalo entre o fim do estágio e o início das aulas naquele dia e se estudar neste parco tempo. É, também e talvez principalmente, a questão de haver o casamento feliz entre a disponibilidade de tempo e a disposição psíquica adequada para se estudar. Pois pode acontecer de Fulano ter horas e horas para estudar tanto naquele quanto em tantos outros dias, contudo estar de tal forma turbado, lhe sucederem tantas e tantas coisas que não lhe é possível ter a paz de espírito necessária ao estudo, e não porque não a queira ter. E aí, como fica? E agora, José?
É para casos assim que meu olhar se volta. Porque, também, creio que a minha sugestão abarca o caso dos estudantes que não estagiam ou trabalham. Fica melhor para todos: aos estudantes que não se desdobrariam para estudar, teriam mais tranqüilidade, e aos professores que se sentiriam - imagino - recompensados por terem alunos que sabem o que com apreço lecionam. E não é bonitinho isso? Sejamos todos felizes, uh!

sábado, 16 de junho de 2007

Gotan project

Há tempos, por intermédio de Fernanda, fiz cadastro para receber a carta de passe a fim de assistir as sessões do cineclube cinemaison (maiores informações em: http://www.cinefrance.com.br/). 'De lambuja’ passei a receber mala direta e ontem vi algo que me interessou. O título: “Gotan Project no Canecão! 21/06 às 21h30”. O conteúdo:

"A banda francesa GOTAN PROJECT no Canecão.
Canecão - 21 de junho - 21:30h. Abertura da casa: 19:30h.

Gotan project faz única apresentação no Rio de Janeiro, dia 21 de junho no Canecão, com espetáculo de excepcional qualidade sonora e visual.

Gotan project: inversão da palavra tan-go e project do projeto de três amigos fundadores da banda, o dj francês Philippe Cohen Solal, o guitarrista Eduardo Makaroff, argentino radicado em Paris, e o músico e programador suíço Christoph Muller.

Gotan project conquistou milhares de fãs e vendeu mais de dois milhões de cds. Numa nova abordagem do tango tradicional, à procura de um som que incluísse a música dub jamaicana e o bandoneón argentino à la Piazzolla, Gotan project inventou uma fusão inovadora, o cibertango.

Gotan project interpretará seu último cd, 'Lunático', um disco com belas vibrações acústicas e contorno cinematográfico. Este cd e o anterior "Revancha del tango", estão à venda no Brasil pela gravadora MCD (www.mcd.com.br).

Ingressos à venda no Canecão, na ingresso.com e ticketronics.

Ouça agora! www.gotanproject.com

Na ocasião do show, será lançado 'Françamente!' o novo programa da rádio Oi Fm, dedicado à música francesa, apresentado pelo dj Paco Pigalle.Todos os domingos, às 22h, na Oi Fm. (102,7) e disponível no site www.oifm.com.br"

Como estava no messenger, o espírito promoter baixou. Falei com todos que julguei terem a ver, e, dentre estes, Camila. Para minha supresa – (?) nem tanto, afinal, já devia esperar... – quando toquei no nome ela me respondeu com a data da apresentação. Ah, toda antenadinha ela, não tem jeito mais.
Então me passou duas músicas quais escuto agora e, para minha satisfação, os caras compuseram a trilha de Le fabuleux destin d’Amélie Poulain. Só podem ter sido eles, por favor.

Como pude deixar passar isso???
(Aqui cabem as três interrogações – e muitas mais – quais tanto reclamo por ênfase desnecessária em Camila e outras pessoas.)

Isso por R$ 10 a meia. Mesmo que se trate da véspera da prova de d. penal III com Luciana Boiteux: já vou comprar já! Movimento pró-chute de balde. ;D

Pena que Layla já tenha viajado para longe. Ela certamente gostaria bastante. :'(

sábado, 9 de junho de 2007

Então você se pega bêbado e diz: "ah, que droga. Que saudade."

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Da estupefação

Ontem, por volta das 21:50h, na altura da entrada da ilha (Av. Brasil), vi um tanque branco com a sigla 'UN' ser carregado em cima de um caminhão. Acompanhei-o com os olhos tanto quanto me foi possível e exclamei, estupefato: 'deus'.
Pergunto-me: a situação nas favelas cariocas é alarmante a tal ponto? Para onde e para que aquele tanque foi carregado? "O Haiti é aqui"?

Até então jamais vira um tanque da ONU em território nacional.

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Aquela do conga

Tenho receio de me descobrir penalista.

* * *

Falei a Camila que comprei um par de tênis novos, tênis all star. Ela reprovou na hora.
"Eu acho all star a pior coisa. 'Para o adidas, o conga nacional.' Isto é Marisa Monte. Eu acho tão bonito quando vejo, por exemplo, passando do outro lado da rua um menino assim, estiloso, calçando conga. É muito lindo, muito indie [risos]. O conga é mais confortável, é mais bonito - pode gastar na viagem, mas é bem melhor que o all star."
"Mas Camila, essa era a minha questão: eu não compraria all star porque, justamente, é de multinacional etc. etc. Mas não sabia, até então, de uma alternativa nacional. Onde comprou os seus?"
"Ah, em São Paulo fomos obrigadas a usar, colégio de freira. Daí que conheci e gostei de usar, peguei o hábito. Aqui [Rio de Janeiro], perto da Central, naquelas ruelas cheias de sapatarias antigas."

quarta-feira, 30 de maio de 2007

"É isso que atravanca o processo revolucionário!"

Gabriela voltou do mercado indignada. Houvera sido descoberta em seu ardil para pagar menos pelo 'pãozinho do lanche' *.

"Eu fico puta com isso; é isso que atravanca o processo revolucionário! A caixa vem querer pagar de patrão para cima de mim, vê se pode! Outra já percebeu, mas deixou passar. A de agora passou os pães, olhou o preço e exclamou: só trinta e oito centavos por cinco pães? Como pode? Um pão é quarenta!
Eu respondi que também achara estranho, mas foi o valor que saiu da pesagem, logo etiquetei-o no saco.
Então chamou o gerente, ele veio, pesou, e deu R$ 1,80.
Agora eu pergunto: que ganha ela quando age assim?"

Disse Larissa: "Pois é, Gabriela, agora você está marcada lá. Tem que ir ao outro Zona Sul."
Eu: "Ou pode ir você, Larissa, ao mesmo mercado" ;)
Mas será que eles já não estarão expertos? :S
Pois bem. Sou adepto desse jeito 'macunaímico' de ser.





*frase lembrada de telejornal quando da notícia da insegurança resultante dos embates entre as forças especiais da polícia e os traficantes no complexo do alemão.
Esses telejornais são melodramáticos; fico irritado. Algo a respeito está em Jesús Martin Babero. Li por alto, só tive o livro em mãos por alguns minutos. Há anos minha tia dele me falou, disse que seria interessante etc. etc. Aceito como presente.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

"Hay que ponerlo, bah. No es porque es brasileño que no lo pondrá".

Então, com duas fitas entrecruzadas (una azul, la otra amarilla) ao peito, depois de ter admirado os passos de tango, escuché el himno nacional argentino:



Oíd mortales el grito sagrado

Libertad, Libertad, Libertad

oíd el ruido de rotas cadenas

ved en trono a la noble igualdad.



Ya su trono dignísimo abrieron

las Provincias unidas del Sud,

y los libres del mundo responden

al gran Pueblo Argentino Salud.



Sean eternos los laureles

que supimos conseguir

coronados de gloria vivamos,

o juremos con gloria morir.





Noite de sexta-feira, 25 de maio. Fui convidado pela minha mais nova conhecida (Élida) a ir a um lugar que eu já tinha passado na porta: já tinha idéia de onde era, mas até aquele momento não entrara. Valeu pela novidade.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Do início

Porque tudo, acho, tem seu começo.

E para, talvez, preencher melhor o meu tempo livre.

Imagino que possa vir a ser coisa boa - assim, daquelas que, com o tempo, surpreendem, apontam novos caminhos.

Fato que começou em um dia como este: não está na hora de ir, e não tenho tempo hábil para iniciar qualquer outra coisa de maior peso e importância. Estou com dor de cabeça e tempo para ser preenchido.

E veio também do desânimo em ter de responder pela enésima vez quem sou, o que faço, o que gosto, o que penso.

Quando um novo alguém me perguntar qualquer coisa neste sentido, indicarei o presente endereço. Será cômodo para ambas as partes.