quinta-feira, 26 de julho de 2007

Conversa descontraída

Diego:
- Sabe que teremos que ajudar na organização da Parada, né?
Daniel:
- Já fazia idéia. Sabe de qual maneira isso se dará?
Diego:
- Ah, não sei exatamente. Sei que teremos, todos nós, estagiários, de trabalhar no domingo. Isso lhe inclui também, Alex.
Daniel:
- Já fazia idéia dado que aqui os estagiários são, como em tantos outros lugares, uns ‘faz-tudo’; então já imaginava. Se for só no domingo não tem problema.
Diego:
- Já pensou em qual carro sairá?
Daniel:
- Eu não, por mim qualquer um está de bom tamanho.
Diego:
- Eu já me candidato ao da The week.
Daniel:
- Eu não tenho interesse algum.
Diego:
- São dois por carro, mas não somos nós que decidimos isso. Fica a cargo da Diretoria.
Daniel:
- Ah, sim.
Daniel (após ler no contrato de adesão o trajeto da Parada):
- Caraca, da Francisco Otaviano até a Princesa Isabel? Putz! Não fazia idéia! Jamais peguei uma parada desde o seu começo. Aquela rua é minúscula!
Diego:
- Pois é. E nosso trabalho será coordenar os carros. Sabe que seu nome sairá na divulgação como um dos coordenadores, né?
Daniel (pensativo, depois em tom grave):
- Isso sairá na televisão?

Gargalhadas irrompem de todos os presentes e reverberam pela sala.

Diego:
- Claro! Mas o que é que você diz em casa?
Daniel:
- Que estagio em uma ong de direitos humanos, ora!
(...)

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Apesar de

“(...)
Ela respondeu que não tinha nada físico. Então ele disse:
- Lóri, disse Ulisses, e de repente pareceu grave embora falasse tranqüilo, Lóri: uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, esperarei quanto tempo for preciso.
(...)”

LISPECTOR, Clarisse. Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves Editora S.A., 1994, p. 33.

"Apesar de, se deve amar."
Eu gosto da entrega. Fico, não sei se deveria, contente com minha capacidade de, ainda que sem retorno.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Sorte de hoje

Sorte de hoje:
Seu grande sonho é constituir família

E eu pensei nisso, conclui isso, quando voltei pela orla, parado perto do forte.

domingo, 8 de julho de 2007

Final de período é um saco

Final de período é um saco, uma dificuldade só. A cada um que passa, percebo: a dificuldade só aumenta. Tanto assim é que comentei, em tom de piada, que ao chegar no décimo estarei a ponto de cometer suicídio.
E é sério, a situação é complicada. Óbvio que não chegará ao ponto de eu cometer suicídio (ao menos assim penso, no meio da faculdade), mas é, digo, 'cósmico'. TODO final de período as coisas se acumulam de tal forma que eu me sinto preso, com o tempo todo tomado, e isto me gera forte angústia.
Explico. Fico naquela de querer fazer as minhas coisas, satisfazer as minhas vontades, chutar o balde, aproveitar as oportunidades que surgem no mês de junho (e que, ao menos nesse, foram interessantes), contudo tenho de me destinar todo o pouco tempo que tenho a ficar em casa defronte aos livros. Isto me incomoda demais.
Tentar chutar o balde também não surte efeito. Em verdade sinto não ser um chutador de balde nato. Eu sempre fico em trânsito. Sempre fico dividido entre chutar o balde realmente - desprezar todos os compromissos portanto - e atendê-los em alguma medida qual seja possível conciliar as duas coisas, ei-las: o meu desejo de diversão, até para espairecer, e a necessidade de ficar em casa e estudar.
Penso em solicitar junto ao CACO a criação de alguma norma administrativa que estabeleça a quantidade máxima de provas por dia e/ou semana. Imagino que me aliviaria bastante e, creio, não só a mim, mas a vários outros estudantes. Algo como uma prova por dia com dois dias de intervalo entre uma prova e outra, quaisquer que sejam as matérias. Ou pode ser um dia também, daí se poderia ter três provas por semana como máximo. Todavia, nesse caso, já fica complicado.
Então fica uma prova com dois dias de intervalo; no total duas por semana, no máximo. ;)
A favor da minha classe, a favor dos estudantes; óbvio. E rejeito aquele papinho de que o tempo somos nós que fazemos, uma questão de abdicação etc. etc. Tal argumento me é risível. Pois não é questão de apenas se ter duas horas de intervalo entre o fim do estágio e o início das aulas naquele dia e se estudar neste parco tempo. É, também e talvez principalmente, a questão de haver o casamento feliz entre a disponibilidade de tempo e a disposição psíquica adequada para se estudar. Pois pode acontecer de Fulano ter horas e horas para estudar tanto naquele quanto em tantos outros dias, contudo estar de tal forma turbado, lhe sucederem tantas e tantas coisas que não lhe é possível ter a paz de espírito necessária ao estudo, e não porque não a queira ter. E aí, como fica? E agora, José?
É para casos assim que meu olhar se volta. Porque, também, creio que a minha sugestão abarca o caso dos estudantes que não estagiam ou trabalham. Fica melhor para todos: aos estudantes que não se desdobrariam para estudar, teriam mais tranqüilidade, e aos professores que se sentiriam - imagino - recompensados por terem alunos que sabem o que com apreço lecionam. E não é bonitinho isso? Sejamos todos felizes, uh!